Venho por este meio anunciar o meu novo Credo!
SIMNHATUDÍSMO! - Sim - a - tudo - ismo ou na sua origem latina Sibittotuismus
Diz-se do movimento, doutrina e/ou escola, que põe de manifesto uma forma de vida na qual, em caso de dúvida e ante qualquer problema, questão ou matéria em debate, a postura a tomar em conta como resolução definitiva será a afirmação sem condicionantes.
Assim substituo a máxima " En caso de duda,... la más tetuda!" por " En caso de duda,... sí a todo!" (muito importante em caso de duvida...)
SIMNHATUDÍSMO! - Sim - a - tudo - ismo ou na sua origem latina Sibittotuismus
Diz-se do movimento, doutrina e/ou escola, que põe de manifesto uma forma de vida na qual, em caso de dúvida e ante qualquer problema, questão ou matéria em debate, a postura a tomar em conta como resolução definitiva será a afirmação sem condicionantes.
Não confundir com o Xintuísmo (em japonês: 神道, transl. Shintō, segunda corrente religiosa do Japão que é bastante séria e não está nada mal, por acaso), nem com o Tudismo (que é aquela que professam os que sabem de tudo e de nada ao mesmo tempo, ver blogue do meu pai - Devaneios de Vida -), nem com o Toucinho (que então se fôr do céu, é um espectaculo mas tal como o poste não tem nada a haver)
Assim substituo a máxima " En caso de duda,... la más tetuda!" por " En caso de duda,... sí a todo!" (muito importante em caso de duvida...)
(nota prévia não
tenho nada contra nenhuma especialidade médica, creio que todas são
importantes. No entanto ensinaram-me a acreditar que o importante era o doente,
não a doença, não os MCDT’s que podes pedir ou o carro que tens na garagem por
isso espero que ler isto implique um exercício de raciocínio que vá além do
exagero que uso para marcar essa posição)
Mas afinal porque
tanta merda com o Harrison? É só um exame…é só uma especialidade que vais
escolher e em qualquer uma delas recebes bem com’ó caralho! Vais em breve ter
aquele Mercedes-Benz…’tás-te aí a queixar para quê?
Ora bem acabas o
secundário e se entraste à primeira, passaste tudo à primeira, convenceste as
secretárias a dar-te os papeis correctos no prazo certo e estudaste bem o
exame, acabas este périplo aos 24 anos. E se vens de uma família humilde mas
que não teve bolsa ao contrário do teu tio que aufere o salário mínimo
nacional, mas que tem o tal Mercedes na garagem em nome do cunhado e teve
escalão A para os filhos, chegas ao final do curso com o sentimento de dever
cumprido mas a necessidade de finalmente começar a rentabilizar o curso que
implicava os Verões a virar hamburguers, em vez de ir à Suiça esquiar com os
impostos que não pagavam… E aqui começam as dificuldades e a angústia de quem
tem que estudar o texto que o Diabo redactou numa noite em que se sentia
particularmente chateado, … irritado, … bem… fodido, vá! com as almas dos que
acabavam o curso de medicina. O raças da nota vai ser a que decide se vais
ficar perto das pessoas que conseguiram aturar-te mesmo quando o teu tema de
conversa nos meses de Fevereiro, Junho e Setembro apenas conseguiam ouvir-te “rampaging
about” as mais mirabolantes variantes anatomofisiológicas que tinhas
orgulhosamente estudado para os exames, ou se vais para onde Judas perdeu as
botas e começar tudo de novo outra vez. Não tenho nada contra novas
experiências mas o resto das pessoas que escolhem cursos normais têem amigos da
faculdade que de uma maneira geral vão ficando por perto por esta ou aquela
razão ou porque simplesmente lhes apetece, liberdade que é vectada pelas 5
posições que vos separam e obrigam um a ir para Bragança e outro para Faro
(mais uma vez sem prejuízo contra uma ou outra cidade)
A mesma nota vai
determinar o tipo de médico que és e o teu lugar na hierarquia médica que com
as devidas salvaguardas (eu gostaria de ser Med Interna, Med Familia, Anestesista,
Pediatra ou Cirurgião Geral) impõem uma visão do Med de família como o nabo que
passa análises e exames de acordo com a ultima página do e-doctor patrocinado
pela Pfizer determinou ao paciente para exigir, o Med interna é uma figura
etérea, e o resto é que cura povo… Na realidade não é necessário erguer uma
estatua aos médicos (ou a mim para os que me considerem egocentrico), mas
respeito até os bichinhos gostam e é triste seres médico de família e saberes
que os teus paciente foram à urgência confirmar com outro clínico geral que não
os conhece de lado nenhum e tem apenas 15 minutos para a consulta (mas como é
do Hospital as pessoas não sabem que pode inclusive estar menos certificado que
o médico de família) se deviam tomá-los. E pior seres pior pago que o colega
que não faz noites, que não faz urgência, que se dá ao luxo de recusar doentes
que mesmo que a sua patologia principal seja da sua área basta que tenha outro órgão
envolvido que o manda para o internista. E quando eu falo de ser pior pago digo
na ordem de 100% pior pago! No entanto, como se ganha mais que o resto dos
licenciados é obsceno reclamar!
E o suporte
emocional que é necessário à nossa profissão esfuma-se…não falo de psicólogos nem
de que somos uns coitadinhos mas não acham que um médico seria muito mais
saudável se tivesse uns amigos para ir beber uns copos nem que seja de
coca-cola no final de um turno? Mas não, os que não entram nessa especialidade
trabalham em 4 sitios diferentes para alcançar um estilo de vida que os coloque
no mesmo patamar que os colegas que vêem 4 doentes por turno caramba e que
naturalmente têem tempo para discutir entre eles em que país vão comprar a nova
colecção da Louis Voiton para expiar o stress de ter visto mais dois pacientes
do que os que permitiram ao chefe de equipa agendar. E eu não quero uma Louis
Vuitton, aliás sempre achei que se quisesse dinheiro na altura teria escolhido
outra profissão e teria enriquecido sem tantas complicações ou
responsabilidade. Não digo que tem que haver um dermatologista às 4 da manhã em
todos os Hospitais mas se calhar no dia seguinte quando ele vem chega sempre
dentro de um horário fixo, exclusivo da instituição que lhe paga essas horas e
que veja os doentes que humanamente seja possível nesse horário de modo a não
obrigar as pessoas a marcar consulta no seu consultório privado dando a ideia
de que o triador, o med de família ou internista que duvidou do que poderia ser
e requisitou a sua sapiência é um pobre diabo. E já agora porque não trabalhar
em equipa? Porque é que um Ortopedista na urgência só vê trauma e depois da
meia-noite só se realmente estiver escaqueirado senão fica a curtir analgesia
porque só de manhã é que vê a fractura reduzida? Porque é que os cardiologistas
não vêm FA’s sejam elas de novo, em contexto infeccioso ou com RVR? Porque é
que os ORL só vêm um Sd vertiginoso depois de descartar se é central (que eles também
sabem fazer) por um médico de clínica geral que provavelmente só se lembra que
Dix-Hallpike determinou que 97,4444% das vezes o nistagmo era vertical em caso
central e que a manobra de uns tipos quaisquer era útil na determinação de VPPB
uma das causas mais frequentes de Sd Vertiginoso ou será que era ao contrário? Não
sei se é assim em todo lado mas a idiossincrasia da realidade não deve andar
muito longe, mudando apenas o nome da especialidade ou a maleita.
Ainda acham que é
de ânimo leve que uma pessoa estuda? Que é só por capricho que nos espumamos
contra o ridículo da PNS e as suas implicações?
Decorrente da
minha publicação anterior tinha que explicar o que é o Harrison… das 5 pessoas
que lêem o site 1 não é médica (ora bem temos eu, o meu alter-ego, o infra-ego,
o Javier e um incógnito e gentil leitor que resignado naquela noite em que não
a internet insiste em apresentar o meu blogue como hit relevante quando ele
procura “gajas boas”, que eu não conheço mas sei que existe) e para ela vai
toda minha tentativa de tentar traduzir em palavras esse momento da vida de um
jovem médico em que o Harrison é tudo e tudo é o Harrison.
No mundo real
Harrison foi Tinsley Randolph Harrison (18 Março, 1900 [“a date which will live
in infamy”] – 4 Agosto, 1978 [data que passou a fazer parte do meu calendário
de celebrações, tendo já pedido à Teresinha que nunca mais me escale esse dia
tal como o dia 11 de Set (meu aniv) e o dia 5 Junho ( que foi quando consegui
comer um Perna de Pau sem que a nata me sujasse as mãos todas]), que um dia
descendente de uma família de seis gerações de médicos que decidiu ser
professor e deixou um livro que pensava ele iria servir o propósito de
condensar numa publicação os (atenção ao título do livro) PRINCIPIOS de
medicina interna, que para os comuns mortais é uma especialidade fantasma (quem
não ouvi já: «”…medicina interna, ai! que giro, imagino que tenha estudado a
medicina da parte interna do corpo, mas eu perguntei que especialidade queria?”
– “Medicina interna, já lhe disse!” – “Hummm e isso cura o quê?”), mas que na
realidade é a especialidade que deveria (mais do que ser uma vertente não
declarada da geriatria) que se encarrega de integrar o conhecimento médico no
todo que é o humano e não nos seus constituintes como fazem ginecologistas que
altruistamente trabalham onde os outros se divertem e ignoram o que é a linha
de Ellis-Damoiseau ou as suas implicações no sistema respiratorio quando um CIN
agressivo descompensa uma insuficiência cardíaca congestiva severa e provoca
uma congestão pulmonar que leva a um derrame pleural por descompensação da lei
de Starling que regula a produção e absorção do liquido pleural presente entre
as duas folhas…

E vocês dizem, qual é o problema? O Wilhem
Kempf tem que saber de cor as mil e não sei quantas páginas que tem o
repertório de sonatas de Beethoven! Estudas aquilo e pronto…
Nessas páginas
Wilhem Kempf não tem que indagar porque é que aparece # nem se isso será
relevante… porque para Beethoven, como para ele é indicativo de um sustenido e ‘tá
lá é importante, senão não estava, mas quando enfrentas o Harrison pedem-te que
atentes que os critérios da National
Cholesterol Education Program e da International Diabetes Foundation
para o Sd X incluem a medição da circunferência abdominal diferindo os valores
de acordo com a etnia em questão, assim, 94 80 | 90 80| 85 90 cm são os valores
para homem e mulher, Europeu, Sub-sahariano &Médio Oriental |Asiático,
Chinês & Sul Americano | Japonês, respectivamente. Isso é relevante??? Pode
ser caramba, não sou um nazi das coisas simples, porra, mas em que medida é que
isso me vai tornar mais apto para ser Dermatologista ou Médico de Família?
Portanto é relevante? Vão perguntar no exame? E a prevalência da miocardiopatia
de Tako-Tsubo que afecta maioritariamente mulheres pós-menopausicas submetidas
a uma forma de stress prolongado, excepcionalmente extremo stress mental ou
físico (este ultimo em apenas 20% dos casos, o que nos faz pensar que para ser
mulher e menopausica e sobreviver é preciso alcançar o estádio iluminado do
Dalai Lama) se calhar este é importante (e ‘tou a falar a sério, esta porra
mata mesmo! http://www.takotsubo.com/) mas será importante garantir que o recém médico o saiba? O mesmo
que está a fazer este exame para em breve vai abraçar uma especialidade e
deixar para trás (infelizmente é assim) grande parte do que aprendeu sobre clínica
geral, chegando ao ridículo de estar a praticar dermatologia e lembrar-se desta
merda que o diferenciou do 97% que tirou o número 2 que escolheu a outra única
vaga de Neurorradiologia, mas não saber que sibilâncias respiratórias presentes
numa qualquer atopia que lhe chegue às mãos por eritema exuberante se trata, alem
de com corticoides (de acção rápida) como é seu apanágio para qualquer maleita
dermatológica, com beta-agonistas de acção rápida como broncodilatador por
excelência? Tanto que precise de chamar um médico, que ele já não é?!
E nestas
cogitações passas tu uma Primavera em que os teus amigos telefonavam no
princípio a perguntar se querias ir dar o primeiro passeio fotográfico pelos
campos recém floridos e tu respondias que não porque ainda não leste como que o
gene XPTO é responsável pela doença que mata um habitante por cada 25 anos no
Oeste Americano! Um Verão em que apenas dois amigos e a tua namorada te
perguntam a medo se queres ir dar um mergulho atrás de um escudo anti-motim com
medo de apanhar com o Harrison voador! Um Outono em que só as pessoas com quem
vives se aproximam para dar-te banho com uma mangueira de alta pressão ou para
empurrar-te uma refeição quente por baixo da porta para não verem o bicho hipersalivante,
barbudo, fotofóbico curvado sobre fotocópias A3 roídas e escrutinadas até ao
último minuto antes do exame, nesse dia prensadas e decoradas com as cores do
arco-iris em versão Pelikan fluorescent marker.
Os que tiram mais
de noventa vão achar isto um exagero. Claro o terror que os pais expressão ao
psiquiatra que visitam pela PTSD que os assola desde que os viram a chorar na
relva a rezar com ar de quem entra em transe impede-os de os recordar que só
com choques eléctricos os conseguiram trazer à realidade, e como na realidade
eles podem escolher uma especialidade que dá dinheiro sem fazer nada
(aparentemente o principal critério de quem escolhe nos lugares de cima [e
digo-o consciente que há excepções e que mesmo que tirasse 100% jamais faria
Dermato ou primos]. Mas também são sempre aqueles que durante a faculdade te
diziam que o exame tinha sido horrível e depois abanavam sub-repticiamente o 20
na cara do teu suado 15, portanto também não é de esperar outra coisa dos
representantes do mínimo denominador da baixeza académica.
Os que tiraram
uma boa nota vão rir porque na verdade é parecido com o que viveram num registo
cómico, mas real para os filhos da puta que tiraram 90’s e..., e vão escolher
anestesia porque querem ter um sitio tranquilo onde apenas os beep’s dos
aparelhos que decoram o bloco incomodem a leitura do diário económico ou da
Hola! Versão tablet/smartphone. E afinal eles sempre puderam fazer anestesia
noutro sítio que apenas lastimam porque não havia sinal GPRS
Os que ficaram
aquém das expectativas vão dizer que era assim que deveriam ter feito para conseguir
a posição 456.
Os que se
espalharam redondamente, nunca vão ler esta crónica porque só a palavra
Harrison no título provoca ondas de raiva que implica camisas brancas que
apertam atrás e injecções de clorpromazina.
Aqui há dias por intermédio
de “Deus” tropecei num site chamado “O meu amigo Harrison”. Neste site, uma
torturada alma, como eu (que egocêntrico estou hoje, como nós) que enfrentamos
a hercúlea tarefa de se candidatar a um lugar ao sol na escala filogenética da carreira
médica ante o mais absurdo dos trabalhos que os olímpicos senhores nos impõem,
explana truques e dicas para descrita antítese do “savoir faire” que nos é
exigido como profissionais.
Como sempre na minha vida o tropeção ocorreu meses depois do momento em que teria sido útil eu precisar dele, tornando a perfeita imagem de uma fonte de ambrósia eternamente jorrando com virgens voluptuosas que é para um mísero condenado à PN encontrar o Harrison sistematizado e sumariado com critérios que fariam empalidecer tão célebre defunto sábio da Medicina Interna, numa ode à ironia descrita na perfeição nos versos da Alanis Morrissette “[…]it’s a free ride when you’ve already paid/ it’s the good advice that you just didn’t take […]”. Para que me entendam os leigos é como encontrar uma bíblia na série de livros “… for dummies”… ‘péra lá e como é que eu explico aos laicos??? (bem vocês devem fazer uma ideia, senão toca a ir à Fnac comprar uma bíblia, para depois…got the picture?)
E tudo isto para
quê? Porque como na canção supra citada “life has a funny way, of bringing you
down when you everything’s OK, and everything blows in your face/and life has a
funny way of bringing you up when you think everything’s goin’ wrong” (o leitor
já deve ter percebido que ‘tou a ouvir Alanis nesta altura) depois da hecatombe
que foi o exame (e aqui, os leitores leigos, têm que entender hecatombe como
algo drástico mas que nada tem a haver com a capacidade do médico, como explicarei
à frente, e, os cristãos, que Deus não te sussurra as respostas ao ouvido E EU
FIZ UM O EXAME NUM SEMINÁRIO E SÓ ELE SABE COMO ATÉ A ELE EU PEDI AJUDA, portanto
se ele não estava lá vocês têm que pôr em causa o principio da ubiquidade do
Senhor)1 … onde é que eu ia… ah! depois da hecatombe ver o trabalho
realizado pelo penado Daniel Pinto, lembrou-me que este exame me implicou
tantas esforços, tantas penas que deixei de escrever como forma de expugnar o
fel que me corrói as entranhas e portanto, se bem que fazer a merda do exame me
soube como o tramadol depois de assegurado o quadro de colecistite aguda mediante
as mãos do cirurgião e o manipulo com o cristal de quartzo e o seu efeito “piezoelectrico”
de um ecógrafo, escrever está a ser para mim hoje a cara de satisfação dos
pacientes já sob efeito de propofol&amigos a milímetros de distância da
enorme “prateleira” da anestesista que de forma recorrente entra nas minhas
fantasias “cirúrgicas” mais arrojadas.
Recuperado assim da
minha letargia literária senti a urgência de rectificar o trabalho de resto
impecável do pobre diabo e sugerir uma alteração urgente ao título da página.
O
meu amigo Harrison…pfff que raio de eufemismo é esse? O cabrão do livro só pode
ser irmão!!! Não daqueles pequeninos, fofinhos que as colegas que estão a ler a
crónica (como se conhecesse alguma que o fizesse) e vão escolher pediatria
estão a imaginar. Não meus amigos, é um daqueles irmãos mais velhos, sadicamente
retorcidos que te incitaram a experimentar uma malagueta injectada com piripiri
e recoberta de wasabi e tiram
fotografias para pôr no facebook e põem o vídeo no youtube de ti à procura de água que não encontras
numa garrafa para o efeito já que fora substituída pelo mesmo realizador por
vodka saída de uma destilaria rural das terras perdidas de Tchornobil' (que
para os factoid freaks significa Absinto) ou Chernobyl.
Alguma vez podia
ser nosso amigo algo que nos obriga a pôr de parte amigos, sol, família, saúde mental,
namorada, trabalho, férias em prol de um sofrido esforço de memória além da
capacidade dos melhores discos rígidos do mercado? Alguma vez algo que confunde
os dias num suceder de capítulos lidos para aqueles que já habituados a
encornar “infumables” devaneios de um jurássico Sr Prof Dr
Fulano-com-F-maiúsculo e que eventualmente mais cedo ou mais tarde participará
desse Jurassic Club ou num suceder de linhas descodificadas para o comum dos
estudantes de medicina que eventualmente engrossará as fileiras dos que
realmente praticam/ensinam Medicina, pode ser um amigo?
E naturalmente surge a imagem do irmão-cabrão que todos temos na família
(seja ele irmão, primo, tio, cunhada, frequentemente sogra(o), …) e neste
momento todos percebem a ânsia do autor do site que tentando animar o pobre
estudante a sorrir usa um oxímoro2 em jeito de título do site!
Fica aqui uma séria sugestão para mudares o título Daniel Pinto
1Já sei já sei Deus escreve direito por
linhas tortas…
2 oxímoro |cs| s. m.
Combinação
engenhosa de palavras contraditórias ou incongruentes, como bondade cruel,
geralmente para efeito epigramático. = OXÍMORON
PASTELES DE BEBÉ
Por Neil Gaiman
Hace unos años todos los animales se fueron.
Nos despertamos una mañana y ya no estaban allí. Ni siquiera nos dejaron una nota o nos dijeron adiós. Nunca acabamos de entender adónde se habían ido.
Los echábamos de menos.
Algunos pensamos que el mundo se había acabado, pero no era así. Sencillamente, no había más animales. Ni gatos ni conejos, ni perros ni ballenas, ni peces en los mares, ni aves en los cielos.
Estábamos completamente solos.
No sabíamos qué hacer.
Vagamos perdidos un tiempo y entonces alguien señaló que, sólo porque ya no había animales, no teníamos por qué cambiar nuestras vidas. No teníamos por qué cambiar nuestras dietas o dejar de poner a prueba productos que podrían hacernos daño.
Después de todo, aún quedaban los bebes.
Los bebés no saben hablar. Apenas se pueden mover. Un bebé no es una criatura racional y pensante.
Hicimos bebés.
Y los usamos.
Algunos nos los comimos. La carne de bebé es tierna y suculenta.
Los despellejamos y nos decoramos con su piel. El cuero de bebé es suave y cómodo.
Con otros hicimos pruebas.
Les sujetamos los ojos abiertos con cinta adhesiva y vertimos detergentes y champús dentro, de gota en gota.
Los cubrimos de cicatrices y los escaldamos. Los quemamos. Los sujetamos con abrazaderas y colocamos electrodos en sus cerebros. Hicimos injertos y los congelamos e irradiamos.
Los bebés respiraban nuestro humo y en sus venas corrían nuestras medicinas y drogas, hasta que dejaban de respirar o hasta que la sangre les dejaba de correr.
Fue duro, desde luego, pero era necesario.
Nadie podía negarlo.
Si habían desaparecido los animales, ¿qué otra cosa podíamos hacer?
Algunas personas se quejaron, por supuesto. Pero la verdad es que siempre lo hacen.
Así que todo volvió a la normalidad.
Pero...
Ayer, todos los bebés habían desaparecido.
No sabemos adónde se fueron. Ni siquiera los vimos marcharse.
No sabemos qué vamos a hacer sin ellos.
Pero ya se nos ocurrirá algo. Los seres humanos son listos. Es lo que nos hace superiores a los animales y a los bebés.
Ya encontraremos una solución.
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No mínimo, violento, no máximo um aviso tétrico ao que tácitamente aceitamos sem perguntar como ou de onde veio...
Não à crueldade animal (parece cliché mas hoje deu-me p'r'aí que se lhe há-de fazer)