The road of a Medicine man


3 anos de secundário onde, sejamos realistas, vemos grande parte do tempo a ser emprestado aos livros/actividades extracurriculares; 6 anos!,não 4,não5, mas SEIS anos de curso orientado no sentido de inculcar-nos os conhecimentos básicos necessários para formar um médico apto no âmbito da Medicina Geral e ainda nos obrigam a esperar um ano como IAC (Interno de Ano Comum)? Isto se tudo corre bem e alcançamos o número dourado que nos dá acesso à especialidade X no lugar Y ou no lugar Y a especialidade qualquer -> normalmente o processo mental do estudante de medicina frente ao monstro do Exame de Acesso à E [EAE]

Fica p'a depois uma crítica ao EAE, hoje incomoda-me especialmente o facto de ter que considerar que um estudante de medicina uma vez terminado o curso de SEIS anos (volto a repetir), não tem autonomia para exercer e é obrigado, até ser aceite num programa de especialidade, a "trabalhar" como IAC, aspas para dotar o verbo trabalhar de um carácter hiperbólico já que na minha perspectiva, e na de vários colegas que passaram pela experiência ou estão prestes a embarcar nela, picar o ponto e "arengar" pelos corredores não é propriamente trabalho!
Não acredito que qualquer um de nós (estudantes de medicina), se sinta minimamente preparado para enfrentar um paciente sozinho, e acho que a medicina tutelada é uma mais valia para a introdução suave no mundo de responsabilidades que representa a clínica geral, mas não devia ser disso que se tratava o 6º ano -> o ano professionalizante? Mesmo que se mantenha o AC não seria razoável admitir que uma vez feito se deveria obter a autonomia profissional?

É frustrante pensar que depois do sexto ano (que representa em muitos aspecto o primeiro embate a sério com o mundo médico), onde a responsabilidade, o confronto diário a máxima socrática, "Eu só sei que nada sei!" e o choque de ser avaliado em 5minutos por um novo ente da nossa vida profissional: os pacientes, nos precipitamos a devorar páginas infinitas de saber médico concentrado em percentagens e esquemas para depois entrar numa espécie de limbo educacional que se perpetúa até que sejamos aceites como internos do bem-aventurado colégio da especialidade que nos acolherá! Isto sem falar na corrida às notas necessárias para escolher hospital, esse fantasma que nos persegue antes do curso, durante o curso e depois do curso!

Não quero ser velho do Restelo, muito pelo contrário, mas se é assim tão importante o AC reinstaurem a antiga rotação pela periferia, onde realmente se aprendia alguma coisa! Suponho que a pressão do mercado laboral e o arrepio frio que provocava na espinha de médicos que desdenhavam o suposto desterro, sem lhe ver o potencial pedagógico, tenham levado a recortar essa importante fatia da formação de um bom médico. Mas talvez se se der verdadeira aplicação prática ao 6º ano, seja redundante o AC e se possa dar autonomia aos licenciados, mestrados aliás,sim porque quando acabamos o 6º ano SOMOS MESTRES EM MEDICINA, que não podem exercer. Afinal é asim que se faz no resto da Europa, à qual com tanto esforço e a qualquer preço as Universidades estão a tentar aproximar-se!
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